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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O fatídico último dia de Pompéia



Corpo petrificado de Pompéia


Eu tinha apenas oito anos quando aprendi sobre a cidade de Pompeia, mas ainda me lembro muito bem daquela história macabra: no ano 79 d.C., o vulcão Vesúvio entrou em erupção tão forte que as pessoas não tiveram tempo de fugir e foram queimadas vivas, “petrificadas” no momento de sua morte. A cidade ficou preservada sobre metros de lava até ser redescoberta séculos depois. É o tipo de aula que um menino impressionável não esquece nunca.
Também me lembro muito bem do momento em que ouvi falar de Herculano, outra cidade da mesma região italiana que também sumiu com a erupção de Vesúvio e foi preservada da mesma forma. 
olunistas.ig.com.br/viagens/tag/vulcao-vesuvio/


Foi a maior erupção do Vesúvio de que se tem notícia. Na manhã de 24 de agosto do ano 79, uma chuva de cinzas e pedras que saia da cratera do vulcão apanhou de surpresa os moradores das cidades de Pompéia, Herculano e Stabia. Localizadas no golfo de Nápoles. no Sul da Itália as três foram totalmente soterradas. Pompéia, a 23 quilômetros de Nápoles, com uma população estimada entre 10 e. 15 mil habitantes, era a maior delas. Dias antes da catástrofe, os pompeianos ouviram ruídos que vinham do solo e para os quais não encontravam explicação.


É BEM POSSÍVEL, a julgar pela ausência de precauções, eles nem sequer suspeitavam de que a montanha onde plantavam vinhas abrigava um perigoso vulcão. As pedras, chamadas lapíli (do italiano lapilli, pedrinhas), que a cratera expelia, alcançavam quilômetros de altura e algumas tinham espessura de 8 metros. Normalmente, os lapíli são do tamanho de uma avelã. Quem conseguiu sobreviver às pedradas acabou morrendo por asfixia: o Vesúvio soltava um gás altamente tóxico e letal. No dia 27, as cidades estavam sepultadas debaixo das cinzas e pedras. Os sobreviventes que se aventuraram para retornaram em busca de seus pertences não encontraram mais nada.

Quando por fim veio o século XVI, as ruínas foram descobertas, mas somente dois séculos mais tarde é que foi possível uma profunda pesquisa na área. Em 1738, por ordem do rei Carlos III de Espanha cujos domínios incluíam Nápoles ,o engenheiro Rocco Giacchino de Alcubierre iniciou escavações sistemáticas onde antes se erguera Herculano, a 8 quilômetros de Nápoles.

Dez anos depois, passaram a escavar em outro local, que só em 1763, por meio de uma inscrição, foi identificado como Pompéia. Os arqueólogos contratados por Alcubierre encontraram também o primeiro cadáver e quanto mais avançavam no trabalho outros apareciam. Todos transformados em estátuas de pedras. São famosas as de uma mãe que amamentava o filho, a de um cão preso a correntes e as de três jovens mulheres surpreendidas na fuga da Vila dos Mistérios como se chamava o templo onde se celebravam os cultos ao deus Dioniso. A posição em que foram encontrados os corpos indica a luta que travaram para se livrar da morte.

Esses achados causaram grande impacto e não era para menos. Pela primeira vez vinha a público a imagem concreta de uma cidade romana que não sofrera as mudanças que o tempo e as gerações teriam nela produzido. A princípio e por um bom tempo pensou-se que seus habitantes tinham alto nível cultural e artístico devido às esculturas de bronze e mármore e aos objetos de prata e vidro ali encontrados. Mas no decorrer das investigações ficou provado, ao contrário, que os cidadãos de Pompéia eram provincianos encerrados nos muros da pequena cidade, de onde só saiam para fazer negócios.

As pesquisas arqueológicas revelaram que a sociedade de Pompéia como qualquer outra do Império Romano, apresentava grandes contrastes e diferenças de classe: os escravos e plebeus trabalhavam para os patrícios e o sonho dos cativos, quando conseguiam a liberdade, era ganhar dinheiro suficiente para comprar seu próprio escravo. Pompéia vivia basicamente do comércio de azeite e do vinho que produzia. Sua localização estratégica, entre o mar e a foz do rio Sarno, facilitava a exportação desses produtos para cidades do Mediterrâneo. No século II a.C., o comércio ganhou impulso e isso se refletiu de imediato nas construções, que aumentaram em número e em luxo.

As escavações mostraram também que os moradores de Pompéia veneravam os deuses pátrios romanos, tanto que havia templos em homenagem a Apolo, Júpiter e Vênus, a quem ofertavam orações e bens. Em troca, eles acreditavam receber paz de espírito. Às divindades cabia a responsabilidade de dirigir a vida das pessoas e cuidar para que os costumes não se tornassem demasiadamente devassos. A idéia muito comum de que Pompéia era o paraíso do ócio e das bacanais, do sexo, e da orgia do Império é hoje contestada e não encontra nenhuma sustentação.

ESTA IDÉIA de obscenidades romanas sexuais na antiga Pompeia se deveu ao fato da descoberta de desenhos obscenos, símbolos fálicos e cenas eróticas pintados nas paredes de bordéis, que aguçaram a imaginação dos escritores, como Sir Edward Bulwer-Lytton (1803-1873), um distinto membro da rosa-cruz, que escreveu a obra “Os Últimos dias de Pompéia”, em 1834. A partir disso, eles construíram toda uma história na qual os habitantes de Pompeia aparecem como pessoas dissolutas. Na verdade, bordéis também fizeram parte de sociedades conservadoras e Pompeia nada mais foi que uma cidade representativa da sociedade romana da Antiguidade. Seja como for. as paredes dos bordéis são uma das atracções que levam mais de 1 milhão de turistas anualmente às ruínas da cidade.

A outra grande atracção fica por conta das casas, em sua maioria luxuosas e espaçosas, todas com um jardim no meio. Por meio delas, pode-se reconstruir a típica casa romana da classe média abastada ou rica. No romance Satyricon o escritor romano Petrónio, que cometeu suicídio por ordem do Imperador Nero no ano 66, retrata bem os usos e costumes característicos dos novos-ricos que moravam em Pompeia poucos anos antes da erupção do Vesúvio.
http://raivaescondida.wordpress.com/2008/05/30/pompeia-a-eterna-cidade-do-vesuvio/



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