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terça-feira, 6 de março de 2012

Catanduva, o saudoso Restaurante "65"


O casal dançando à esquerda é Darcy Júlio Francischelli e Elba Reny Francischelli

Inauguração - projeto audacioso

Nelson Bassanetti 

Na data de 23.12.1956, a sociedade Catanduvense aguardava na porta, a autorização de acesso à abertura dessa importante casa em nossa cidade. Após o corte da fita simbólica, os presentes foram convidados a entrar no ambiente e,  quando as luzes de “néon” se acenderam, houve um “oh” de admiração, partindo uníssono de todos os presentes ao ato inaugural do Restaurante “65”, sito à rua Brasil, nº 65 (parte de baixo do  Restaurante A Cabana).  Recepcionando o nosso mundo social, lá estavam seus proprietários: Dora Novaes Francischelli, aqui desde 1924 e que, juntamente com seu esposo Miguel Francischelli haviam construído em 1928, o Hotel Líder, seu filho Darcy Júlio Francischelli e sua nora Elba Reny Francischelli, gente audaciosa, atrevida, que amaram esta terra e que investiram  considerável soma  dando a Catanduva um novo ponto de encontro, no seu restaurante musicado com “american bar”.  Lá também estava, envolto pela magia e policromia do ambiente, nosso artista e decorador  Magino Gomide, cultor do bom gosto e criador desse recanto de sonhos. Aí, ao adentrarem os convidados, espocaram os “flashs”, o conjunto musical iniciou seus acordes e logo a seguir, entraram  em ação o serviço da festa onde garçons impecáveis, desfilaram com a gama saborosa do Ron Merino e aí vieram os salgados deliciosos e  abundantes. Depois, canto, música e dança, onde perfilaram  vários artistas Catanduvenses. Primeiro, a voz acariciante de Leila Sayeg, depois o “Trio Guarani”, Zita Nascimento, “Valetes dos Ritmos” e  Nilo César, acompanhado  musicalmente pelo conjunto “Vogue”  que por volta de meia noite deu o grito de Carnaval e que contou com a participação  alegre e esfuziante de todos os presentes.

A mais pura emoção

Há momentos na vida tão intensamente vividos que transcendem o tempo e o espaço, dando-nos  uma dimensão nova, deliciosamente nova, que parece  fugir à realidade. São momentos únicos que deixam uma marca  indelével na memória. Momentos como esses o “65” oferecia. A música cativante, no caso a do filme Casablanca, “As Time Goes By” interpretada por Sam (ator Dooley Wilson) marcou o romance vivido por Richard e Ilsa (atores Humphrey Bogart e Ingrid Bergman) em 1942. É essa lembrança eterna, intocável, surpreendente e sedutora  que nos remetia a um clima mágico, fazendo pulsar mais forte o coração,  sendo o “65”  o elo que nos propiciava esses momentos da mais pura emoção.


Entretenimento

Foram tantos os artistas e ‘”shows” que existiram que é impossível relatar todos. Vamos a alguns: 1) A do músico sax-tenor e sax-soprano  norte-americano Booker Pittman, o maior instrumentista, segundo jornais americanos de sua modalidade, que ficou aqui uma semana,  junto com o banjista Francisco Eduardo. Booker Pittman, falecido em 1969, é pai da cantora Eliana Pittman e era da linhagem nobre dos negros norte-americanos. Seu avô foi fundador no Alabama, da “Tuskegee Institute”, a primeira Universidade para negros dos Estados Unidos. Após sua morte foi homenageado com nome de rua em São Paulo e pelo cantor Tim Maia com a música “Tributo a Booker Pittman”; 2) O pianista Felix Otto Sachse, que tocou no Cassino da Urca do Rio de Janeiro, ficou aqui um mês,  acompanhado do baterista Luiz; 3) Show “Uma noite no Paraíso”, com várias cantoras e modelos da Votorantin e Matarazzo; 4) Show de revistas de Mário Mascarenhas e suas lindas garotas; 5) Apresentação das Orquestras Marajoara, Arley, Hélios Trica, Ruy Rei, Conjunto African, Vogue, Amador Longhini,  Abílio Salgado, vários cantores, tenores, grupos ou trios de músicos Espanhóis, Argentinos, Paraguaios, Mexicanos e  mímicos, transformistas, pantomimistas, etc.
 Ali se iniciaram flertes, namoros, que culminaram em casamentos.  Era ponto de reunião e de comemoração de várias Entidades e pontuava em todos os  movimentos da Cidade.  Comemorava datas especiais e fazia baile no “reveillon” e nos  Carnavais.
Enfim o “65” ficou na memória daqueles que tiveram o privilégio de  freqüentar seu aconchegante  ambiente e desfrutar de momentos mágicos e  inesquecíveis.                                                                                            


Momento da inauguração vendo-se Darcy Júlio Francischelli, Onélio de Freitas, Dora Novaes Francischelli e convidados


Restaurante 65 - Casal Giordano Mestrinelli e Maria Aparecida Fortes Mestsrinelli e filhas




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